Valuation, Diversificação e Anticiclicidade - Parte II (Final)

Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Pessoal vamos continuar a discussão abordada na parte I deste tema, para quem não leu, sugiro dar uma lida aqui Valuation, Diversificação e Anticiclicidade - Parte I.

Na parte I vimos que valuation é diferente de precificar e que devemos focar na qualidade intrínseca da empresa e não no preço justo, alvo, etc. Continuando, para conseguir uma rentabilidade maior, em minha opinião, melhor que tentar precificar, acredito que seja tentar ser anticíclico.

Para muitos o investimento perfeito é, comprar na baixa e vender na alta. Certo, mas isso é muito difícil, principalmente devido ao fator psicológico do ser humano e a aleatoriedade das coisas. Mas, podemos nos policiar através de uma metodologia de investimentos.

Só um adendo, sou do pensamento de que enquanto um ativo possuir uma forte qualidade intrínseca não devemos se desfazer dele, mas lembre-se, nem só de flores vive até mesmo a melhor empresa do mundo, há momentos difíceis, turbulentos, mas ela tende a reagir bem a esses momentos, e é preciso paciência e conhecimento para acreditar.

Uma forma de tentar ser anticíclico é aplicar uma metodologia que busque isso. Vimos que o preço não é o fator mais relevante para se investir em uma empresa, no meu entendimento, porque não é fazendo projeções com várias premissas que vamos “bater o mercado” e conseguir altas rentabilidades. Existe outra forma de melhorar a rentabilidade e ainda diminuir os riscos: a diversificação e a alocação inteligente de ativos através de uma metodologia anticíclica.

Veja que ao estudarmos bem uma empresa e irmos acompanhando sua evolução ao longo do tempo, através do valuation qualitativo, nós já estamos diminuindo o risco. Mas, a alocação de ativos e a diversificação pode diminuir mais ainda o risco. Por exemplo, investir em ações e renda fixa, estabelecer percentuais de alocação e ir alocando os aportes para aqueles que estiverem mais defasados.

Se nos atentarmos, vamos perceber que ao fazer isso estamos levando em consideração a variação do preço dos ativos, se as ações sobem muito, você irá alocar em renda fixa, se as ações caírem muito, vamos comprar as ações, especificamente as que estiverem mais defasadas. A melhor definição para isso é anticiclicidade. Estamos comprando o ativo quando há um ciclo de baixa e deixamos de aportar no mesmo quando há um ciclo de alta.

Logo, a alocação de ativos e uma metodologia anticíclica tendem a melhorar a rentabilidade da carteira, ao mesmo tempo que diminuem o risco geral da mesma. E, ao investir em uma empresa onde a cotação caiu, que temos o domínio do negócio da empresa (valuation qualitativo), ganhamos ainda mais segurança, e podemos fazer uma análise se essa queda que ocorreu é realmente relevante ou não para o negócio da empresa, no sentido que a queda reflete algo que está acontecendo com a empresa e irá provocar uma perda permanente de capital ao investir nela. A Cielo é um bom exemplo recente para verificarmos uma empresa com problemas e como a mesma reagiu e vem reagindo a eles. Que tal dar uma estudada nela?

Em outro post irei focar em como avaliar as dificuldades que as empresas enfrentam, assim como a forma que as mesmas reagem. Esse tema abordado já ficou bem grande, então vamos finalizá-lo.

Dessa forma, ao utilizarmos a alocação de ativos e diversificação, estamos levando em consideração o preço da ação de uma forma muito mais inteligente (anticiclicidade) e menos dispendiosa, mas perceba que isso é na hora de realocar o portfólio de ativos e não na hora de decidirmos em quais empresas vamos investir, para isso utilizamos o valuation qualitativo.

Pessoal, os posts ficaram denso de informações, mas espero que tenha dado para abrir seus olhos também. Até a próxima e abraços!

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