Mentalidade de Sócio e Foco no Longo Prazo

Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Hoje iremos falar um pouco sobre ações, em especial a mentalidade que utilizo ao investir e que pode ajudar vocês a construírem sua forma de pensar o investimento em ações também.

Ao investir em ações de empresas listadas em bolsa de valores é necessário ter uma mentalidade de sócio. Mas o que significa isso? Basicamente, não compramos papéis, nos tornamos sócios das empresas, de um ativo econômico real e concreto que está presente na vida das pessoas. Uma empresa é um organismo social vivo, formado de pessoas e para pessoas, lembrem-se disso sempre.

Além disso, como sócios, devemos pensar no longo prazo, no modelo de negócio da empresa e suas perspectivas econômicas de longo prazo. Dessa forma, buscamos investir em boas empresas, principalmente as excelentes, as melhores, ao qual iremos definir posteriormente, com aportes recorrentes e o tempo ao nosso favor.

Uma verdade inexorável no mercado financeiro em geral, é o fato de que o mercado vive o futuro no presente, parafraseando uma frase utilizada por Paulo Portinho (o mesmo possui um excelente blog e livros interessantes), há uma antecipação das alegrias e das tristezas que se espera em uma empresa nas cotações vistas no mercado.

E utilizando a ideia de Graham, o Sr. Mercado é maníaco depressivo, ou seja, ele se empolga demais quando as coisas parecem ir bem, e pensa que o mundo irá acabar quando as coisas vão mal.

Devemos, então, buscar um equilíbrio e racionalizar o que realmente está acontecendo com a empresa e suas perspectivas de longo prazo. Parafraseando Peter Drucker, não conseguimos prever o futuro, mas podemos dizer com relativa certeza que o que está acontecendo hoje irá refletir de algum modo no futuro.

Veja, caro leitor, o mercado trabalha com premissas e projeções de futuro, ou seja, expectativas. Contudo, o futuro é incerto, imagine quantas variáveis de controle existe na concepção de pensar em prever o futuro. Principalmente na dinâmica que existe atualmente, na velocidade das informações.

Ao fazermos projeções, valuation, entre outras métricas, estamos utilizando modelos, e modelos por si só são simplificações da realidade. Agora imaginemos que estamos utilizando uma simplificação para prever algo extremamente complexo. Provavelmente haverá grandes discrepâncias entre o modelado e a realidade. Não estou dizendo que os modelos não servem para nada, o que quero trazer aqui é a ideia de que o trabalho necessário e a probabilidade de certeza no modelo provavelmente não valerá a pena para a maioria de nós. E o que o foco não deve ser o preço modelado e sim a qualidade da empresa.

Contudo, para quem investe com "muito dinheiro", prazo definido ou com responsabilidade sob capital de terceiros, não existe nenhum problema, aparentemente. Mas para nós, sócios das empresas, pequenos investidores, essa é uma visão errônea, na minha concepção.

Investimos para o longo prazo, buscando a “perpetuidade”, uma temporalidade indefinida, como dito por Vinicius de Moraes: “Mas que seja infinito enquanto dure”. Dessa forma, conseguimos ficar expostos à boas empresas, com vantagens competitivas duráveis, que não sabemos exatamente como estarão amanhã, mas no longo prazo, tendem a estarem melhores que hoje, devido suas capacidades econômicas em gerar valor, proporcionando a rentabilização do nosso capital através de lucros econômicos reais.

Então é isso pessoal. Abordamos aqui um pouco do mindset que utilizo ao investir em ações. Em outros posts iremos aprofundar esse tema, polêmico, mas necessário. Até a próxima, abraços!


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